sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Repensar as TIC

Dá-se o caso de eu não ser professora de TIC, mas sim de Inglês. Dá-se o caso também de não ser professora efectiva em escola alguma e de, como dá conta o meu currículo, não fazer parte do quadro de uma escola, uma vez que sou efectiva em Quadro de Zona, a zona Oeste.

Não se trata de me lamuriar. Trata-se de exprimir claramente e sem pudor dois factos que me têm preocupado bastante e marcado a forma como tenho vivido este mestrado. Não se pode negar que um e outro podem ser constrangedores quando perspectivamos projectos de trabalho e de investigação no âmbito do mestrado e possibilidades concretas de integração curricular das TIC. Não há entusiasmo ou perseverança que valham por si mesmos perante comunidades escolares que funcionam por vezes mais como forças de bloqueio e em que as lideranças existem mas não acolhem prontamente e de bom grado quem tenta implementar as TIC ou estratégias de ensino diferentes. Estas considerações levar-nos-iam por mais reflexões que não vêm agora a propósito. Não elaborarei sobre elas agora.

Quais têm sido afinal os fios condutores para a Integração Curricular das TIC na minha prática lectiva? Basicamente, pesquisa, selecção e apropriação de conteúdos a par de uma exploração pontual das TIC como apoio ao ensino do Inglês. Será suficiente?

O que até hoje fiz com as TIC tem o mérito de ter sido feito espontaneamente e por gosto, mas peca por, apesar de exploratório e bem intencionado, ter sido precário e falível, aleatório e desinformado. Foi a primeira coisa que aprendi com o mestrado.

Ora em educação não se conseguem resultados instantâneos. Nada se faz em três tempos, sem um planeamento amadurecido, sem estar em harmonia e devidamente integrado num projecto curricular de escola, e sem orientações pedagógicas que informem e estruturem a nossa prática lectiva.

Ensinar é muitas coisas, entre elas acercarmo-nos dos outros, seduzi-los até, dialogar e interagir. Não me parece que fazer documentos word bem formatados, powerpoints bem sintetizados ou reunir meia dúzia de links numa página web prenda ninguém por muito tempo.

Por outro lado também não parece ser verdade que alguém aprenda muito por si só, a menos que seja alguém muitíssimo motivado e interessado em determinado assunto.

Será portanto necessário repensar as TIC: será preciso uma boa dose de estímulo e motivação extrínsecas, alguma curiosidade inerente a quem está para aprender, e muita da alquimia e da sedução aparentemente fáceis que só muito estudo e reflexão em TIC, com as TIC e para as TIC poderão proporcionar.

Deverei portanto orientar as minhas leituras, pesquisas e explorações para as seguintes questões:

  • Como se fazem bons conteúdos TIC para as aulas de Inglês afinal?
  • Com que ferramentas?
  • O que poderá "prender" ou pelo menos "vincular" os alunos?
  • Como poderei integrar com sucesso ferramentas da web 2.0 na minha prática lectiva?
  • Saberei produzir podcasts?
  • Saberei conceber um blogcourse? Será que isto existe? Será exequível?
  • Poderei pôr isto em prática ainda este ano, aproveitando a turma do ensino nocturno?

Ter em conta as seguintes orientações da professora Isabel Chagas quando comentou o meu trabalho individual:

Pode usar podcasts e outros recursos que me parece serem apropriados para pôr os meninos a falar, ler, ouvir e escrever Inglês. Creio que o blog pela sua simplicidade pode ser também atraente. Porque não envolve os alunos na construção deste interface? Eles têm ideias sensacionais e são muito críticos.

Um dos aspectos essenciais para a criação de recursos que sejam usados pelos alunos e pelos professores é assentarem em princípios pedagógicos consistentes.

Em suma, para repensar a sua página, sugiro que:

  1. Pesquise o que a investigação diz acerca do uso das TIC nas línguas, em particular o inglês.
  2. Reveja modelos pedagógicos actuais de ensino e aprendizagem do Inglês.
  3. Discuta possíveis situações de aprendizagem que possam ajustar-se às exigências curriculares desta disciplina.
  4. Crie um protótipo da interface, se for exequivel ou então uma actividade inovadora que tire partido dos recursos tecnológicos que está a usar.

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